João Neutzling Jr

A economia brasileira em 2023

Por João Neutzling Jr.
Economista, mestre em Educação, auditor estadual, pesquisador e professor
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O que esperar do Brasil em 2023? Definido o resultado das eleições presidenciais com a vitória de Lula (PT) para presidente da República, teremos uma mudança significativa na condução da política pública, com um viés mais social em prol de programas direcionados para as classes mais populares. Mas o grande dilema será equilibrar as necessidades sociais versus a restrição orçamentária federal, ou seja, a famosa âncora fiscal ou como executar a despesa pública sem tornar o País insolvente.

Para 2023, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estabeleceu um déficit primário (despesa maior que receita) de R$ 63,7 bilhões, sem considerar pagamento de juros da dívida pública. O déficit vai ser financiado via emissão de títulos da dívida pública, hoje em R$ 5,75 trilhões. Só com amortização, refinanciamento e juros da dívida pública, o governo federal vai pagar mais de R$ 2 trilhões, principalmente com as Letras Financeiras do Tesouro (LFT).

O novo governo vai ter que fazer uma recomposição orçamentária para atender demandas represadas na área de saúde, pesquisa científica (CNPq entre outros programas) além das universidades federais que sofreram cortes orçamentários de mais de R$ 2,3 bilhões inviabilizando inúmeros programas de pesquisa.

Será necessária uma articulação política efetiva para dialogar com um congresso muito conservador.

A economia mundial vai seguir recuperando sua dinâmica própria com o fim da recessão da Covid e o próprio FMI (Fundo Monetário Internacional) já prevê um crescimento da economia mundial de 3% a 4%, o que vai afetar positivamente o fluxo cambial brasileiro, com a balança comercial podendo atingir saldo favorável de até 90 bilhões de dólares.

Não se vislumbra alteração aguda na taxa de câmbio real/dólar que permanece estável em torno de R$ 5,00/US$, exceto se ocorrer alteração na taxa Prime-Rate (taxa básica) dos Estados Unidos, hoje em 3,25% ao ano, ou na taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano. Aumentos na taxa de juro para controlar a inflação acabam aumentando a despesa financeira da União com juros da dívida pública. Logo, espera-se que o novo governo seja bem controlado neste item.

O volume das reservas internacionais de 350 bilhões de dólares são uma garantia contra as turbulências do sistema financeiro internacional, bem como permitem ao Banco Central intervir no mercado cambial para controlar oscilações bruscas na cotação do câmbio para dar estabilidade ao mercado.

O setor de turismo vai reagir com o fim da pandemia, gerando aumento da demanda de mão de obra em hotelaria, serviços, aviação interna e eventos regionais.

A LDO de 2023 ainda estima um PIB de R$ 10,628 trilhões, com crescimento de 2,5%.

Aqui no sul, temos a possibilidade de reativação do Polo Naval de Rio Grande. O deputado federal Alexandre Lindenmeyer já encaminhou a demanda que, se ocorrer, vai gerar um novo ciclo de desenvolvimento na Metade Sul, mas certamente em um novo modelo de operação não igual ao que ocorreu em 2010, no seu auge.

Desejo a todos leitores um ótimo Natal e um ano novo com muito sucesso, saúde e prosperidade! Salve 2023!​

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